Formação Vicentina

 

VALORES DA EDUCAÇÃO VICENTINA:

O jeito vicentino de educar crianças, adolescentes e jovens, orientados pelos valores humanos e cristãos

 

Prof. Dr. Flávio Fernando de Souza

 

Nossa intenção é a de apresentar a você, Educador/a Vicentino/a, algumas referências para uma releitura da Identidade Institucional da Educação Vicentina consequente com os desafios da atualidade.

 

  • Iniciamos por situar MISSÃO -  VISÃO  - VALORES em relação de complementaridade.
  • Avançamos destacando nossa compreensão sobre uma gestão educacional e pedagógica balizada por valores e suas implicações nas práticas que promove e sustenta.
  • Finalizamos apresentando o conjunto dos valores basilares da Educação Vicentina, sua organização sustentada e articulada em torno do cuidado como modo de ser essencial do humano, que se expressam nas dimensões do cuidado do ser, da ação e da relação.

 

Vale destacar algumas orientações que podem nos ajudar a trilhar esse caminho conceitual e práxico: a primeira sinaliza a importância de nos colocarmos em movimentos de aproximação ao Carisma Vicentino, às aspirações e inspirações fontais dos Fundadores. Aproximações feitas em forma de releituras e de atualização, sempre provisórias, inacabadas, em constante plasmar-se.

 

São tentativas de traduzir aquelas inspirações originárias, aproveitando suas potências criativas e contextualizando-as no momento presente. Por vezes, inclusive, essas releituras e atualizações implicam atribuir novos nomes, significados e até novos sentidos a questões já conhecidas, uma vez que,

 

sentido e significado nunca foram a mesma coisa, o significado fica-se logo por aí, é directo, literal, explícito, fechado em si mesmo, unívoco, por assim dizer, ao passo que o sentido não é capaz de permanecer quieto, fervilha de sentidos segundos, terceiros e quartos de direcções irradiantes que se vão dividindo e subdividindo em ramos e ramilhos, até se perderem de vista, o sentido de cada palavra parece-se com uma estrela quando se põe a projectar marés vivas pelo espaço fora, ventos cósmicos, perturbações magnéticas, aflições (SARAMAGO, 1998, p. 135).

 

Atribuir outros nomes, significados e sentidos não se trata de desqualificar, ou diminuir o valor das tradições que herdamos, mas de ressignificá-las e garantir-lhes pertinência quando as reconectamos aos desafios que a mesma Missão enfrenta na atualidade.

 

Outro sinal para o caminho refere-se a um convite ao entendimento dos valores em complementaridade e não de forma hierárquica. Pensar em termos de relação e encadeamentos. Enquanto Comunidades de Aprendizagem precisamos passar das hierarquias às redes cooperativas, da ênfase nas estruturas e resultados à valorização dos processos e das trajetórias biográficas. Almejamos propor uma visão plural e integradora, de mútuas conexões. Tomados em suas relações, os valores da Educação Vicentina querem expressar a multidimensionalidade da pessoa, a integração entre suas dimensões ontológica, relacional e praxiológica.

 

E, o terceiro sinal, de ordem estética, indica nossa tentativa de uso da logo da Educação Vicentina. Nela queremos ver os valores como extensões de cada um/a de nós. De um lado, um braço que nos apresenta os valores referentes à dimensão do ser (espiritualidade e criatividade); do outro lado, os valores na dimensão do agir (sustentabilidade e solidariedade); ambos nos conduzem ao encontro, convidam-nos à acolhida, ao diálogo e à colaboração, que englobam a dimensão das relações. Nas mãos entrelaçadas nosso sonho de um processo no qual somos e agimos juntos. Utopia. Reserva de esperança que se faz projeto, processo e concretude nas relações, na entrega gratuita, no comprometimento e na sinergia entre cada um/a de nós.

 

(Confira anexo o texto completo. E lembre-se: respeitar os direitos autorais é um compromisso ético).

 

SOUZAF_2019